Os chamados radioestesistas alegam ser capazes de captar radiações de diversas origens, incluindo objectos inanimados (águas subterrâneas, metais preciosos,etc), seres vivos (pessoas e seus órgãos internos), e até mesmo de espíritos. Mais que isso, alegam também poder analisar estas radiações, de forma a atribuir-lhes uma qualidade positiva (benéfica) ou negativa (prejudicial).
Técnicas de radioestesia são largamente empregadas em pseudociências ou outras actividades associadas a fenómenos "paranormais".
As alegações dos radioestesistas
A lista de utilidades da radioestesia é impressionante. Segundo os radioestesistas, sua técnica pode ser empregada para:
pesquisa, detecção e tratamento de doenças;
prospecção de veios d'água subterrâneos (perfuração de poços artesianos);
prospecção de jazidas de pedras preciosas e de metais (ouro, prata, platina, etc.);
detecção de ondas nocivas, tais como: linhas Hartmann e linhas Curry (supostos campos de energia existentes na superfície da Terra); correntes de água subterrâneas; condutas de água contaminada, isto é, esgotos; jazidas de metais nocivos à saúde (por exemplo, cobre e mercúrio, etc.); antigos cemitérios, depósitos de lixo, locais de antigas prisões, hospitais, manicómios, etc.; falhas geológicas no terreno; identificação de locais onde houve grandes morticínios de pessoas (guerras, chacinas, etc.); locais de antigos batedouros de animais; objectos (quadros, tapetes, cortinas, móveis, etc.) geradores de energias nocivas;
na construção civil: confecção de uma planta benéfica à saúde, escolha dos materiais a serem utilizados na construção (tijolos, azulejos, etc.), detecção do melhor ponto do terreno para a edificação, melhor localização dos cômodos (escritórios) para prosperidade material e harmonia familiar (no ambiente de trabalho), etc.;
localização de objectos e de pessoas desaparecidas;
identificação de assassinos;
escolha da alimentação mais adequada segundo o temperamento da pessoa;
escolha do melhor local para a fixação de uma residência, templo, comércio, etc.;
identificação de defeitos em carros, aparelhos electrodomésticos, etc.;
pesquisa sobre a afinidade (afectiva, intelectual, etc.) entre um grupo de pessoas (para, por exemplo, escolher um sócio para um empreendimento);
escolha de terreno e época mais adequada para o plantio de sementes;
escolha do melhor local para pastos, celeiros, estrebarias, currais, etc.;
escolha de objectos para decoração de casas, lojas, escritórios, etc., de tal forma que as energias por eles irradiadas sejam apropriadas para o local.
localizar minas terrestres (para aqueles mais corajosos...); felizmente os radioestesistas dizem que esta localização pode ser feita à distância.
pesquisa, detecção e tratamento de doenças;
prospecção de veios d'água subterrâneos (perfuração de poços artesianos);
prospecção de jazidas de pedras preciosas e de metais (ouro, prata, platina, etc.);
detecção de ondas nocivas, tais como: linhas Hartmann e linhas Curry (supostos campos de energia existentes na superfície da Terra); correntes de água subterrâneas; condutas de água contaminada, isto é, esgotos; jazidas de metais nocivos à saúde (por exemplo, cobre e mercúrio, etc.); antigos cemitérios, depósitos de lixo, locais de antigas prisões, hospitais, manicómios, etc.; falhas geológicas no terreno; identificação de locais onde houve grandes morticínios de pessoas (guerras, chacinas, etc.); locais de antigos batedouros de animais; objectos (quadros, tapetes, cortinas, móveis, etc.) geradores de energias nocivas;
na construção civil: confecção de uma planta benéfica à saúde, escolha dos materiais a serem utilizados na construção (tijolos, azulejos, etc.), detecção do melhor ponto do terreno para a edificação, melhor localização dos cômodos (escritórios) para prosperidade material e harmonia familiar (no ambiente de trabalho), etc.;
localização de objectos e de pessoas desaparecidas;
identificação de assassinos;
escolha da alimentação mais adequada segundo o temperamento da pessoa;
escolha do melhor local para a fixação de uma residência, templo, comércio, etc.;
identificação de defeitos em carros, aparelhos electrodomésticos, etc.;
pesquisa sobre a afinidade (afectiva, intelectual, etc.) entre um grupo de pessoas (para, por exemplo, escolher um sócio para um empreendimento);
escolha de terreno e época mais adequada para o plantio de sementes;
escolha do melhor local para pastos, celeiros, estrebarias, currais, etc.;
escolha de objectos para decoração de casas, lojas, escritórios, etc., de tal forma que as energias por eles irradiadas sejam apropriadas para o local.
localizar minas terrestres (para aqueles mais corajosos...); felizmente os radioestesistas dizem que esta localização pode ser feita à distância.
Os instrumentos
Apesar de alguns radioestesistas afirmarem sentir directamente as radiações, a maioria deles utiliza ferramentas que ajudam a focalizar esta energia. As mais comuns são as seguintes:
Pêndulos: qualquer objecto simétrico preso a um fio. Geralmente, são feitos de madeira, cristal ou metal;
Varinha ou forquilha: é a ferramenta mais comummente associada à radioestesia e consiste de uma haste em Y de madeira ou metais, sendo geralmente utilizada para a prospecção de água e metais:
Pêndulos: qualquer objecto simétrico preso a um fio. Geralmente, são feitos de madeira, cristal ou metal;
Varinha ou forquilha: é a ferramenta mais comummente associada à radioestesia e consiste de uma haste em Y de madeira ou metais, sendo geralmente utilizada para a prospecção de água e metais:
Dual-rod: são duas varinhas apoiadas em um suporte, por onde o radioestesista as segura de forma a permitir sua livre rotação. Também conhecida como varinha em L, devido sua forma:
Para os radioestesistas profissionais, que exigem uma qualidade superior em seus instrumentos, existem versões mais sofisticadas, como, por exemplo, o Aurameter, anunciado como um dos mais sensíveis instrumentos do mundo. O Aurameter existe em várias versões e preços, desde o modelo cromado (por apenas US$ 119,00) até um modelo folheado a ouro (por US$ 178,00).
A teoria, segundo os radioestesistas
Dentre aqueles que oferecem uma explicação, esta geralmente consiste em interacções entre os campos de energia e os músculos do corpo. Em outras palavras, os campos de energia causam pequenas contracções musculares, que são amplificadas pelas ferramentas de radioestesia. Como estas ferramentas apenas amplificam as vibrações captadas pelo operador, não importa de que material são feitas.
Como não poderia deixar de ser, em função da variedade de objectos e formações que podem ser localizadas pela radioestesia, vários tipos de campos energéticos foram sugeridos como possíveis candidatos para explicar os fenómenos radioestésicos, entre eles: gravitacional,electromagnético, radioactivo, sísmico (o campo de tensões próximo a fracturas, fissuras e falhas), geotérmico ou geoquímico. A forma como a energia destes campos é captada pelo nosso sistema neuro-muscular, entretanto, não é detalhada.
Por outro lado a associação Dowsers Canada oferece uma explicação alternativa: a intuição. A técnica de radioestesia é então chamada de IT (Intuition Technology), ou tecnologia da intuição, provavelmente um trocadilho com o termo tecnologia da informação, muito empregado actualmente. De acordo com a Dowsers Canada, os seres humanos funcionam como um receptor de rádio, que pode ser sintonizado a uma chamada "Força para o Bem". Na radioestesia, então o praticante treina seu sistema muscular para funcionar como uma conexão entre a parte intuitiva de sua "equipe mente-cérebro" e uma ferramenta que indica a natureza da mensagem (como um amplificador ligado a um alto-falante). Como nossa "equipe mente-cérebro" é bastante poderosa, nós poderíamos programar os sinais resultantes. Por exemplo a "Força para o Bem" aparentemente usa um movimento circular no sentido horário (para um pêndulo) para sinalizar uma resposta positiva e um movimento anti-horário para uma resposta negativa. Através deste site, você pode comprar livros que detalham melhor a técnica, de autoria de John Living, indicado como um dos maiores especialistas mundiais no assunto.
Outro texto de John Living, disponível na Internet, ensina especificamente como localizar minas terrestres através da radioestesia. Neste caso, por se tratar de uma actividade perigosa, a correta atitude mental é bastante enfatizada. Assim, John Living diz "A intenção por trás de suas acções é crítica. Se sua intenção é ganhar dinheiro ou ser capaz de arar a terra de sua fazenda, então você está em busca de ganho pessoal, e, historicamente, Deus e os Anjos Guardiães não são a favor de que seus poderes sejam usados para ajudar objectivos egoístas." Antes de proceder, você deve perguntar a seu pêndulo se é seguro prosseguir, já que "seu Anjo Guardião pode saber que hoje pode ser um dia ruim... Você seria muito tolo de não seguir este conselho!" Mais para a frente, John Living ensina que, como diz um antigo ditado, similar atrai similar (?!) e portanto uma vantagem extra pode ser conseguida utilizando-se uma mina desarmada como o peso de seu pêndulo, de preferência com algum explosivo ainda em seu interior. As instruções do site são bastante detalhadas, chegando a ponto de frisar que a indicação de que uma mina foi encontrada deve ser feita quando "o pêndulo estiver sobre o item, e não quando VOCÊ estiver sobre o item - se fosse uma mina e você esperasse até estar sobre ela, ela teria explodido!"
Vários sites na Internet oferecem informações para aqueles que queiram se iniciar na radioestesia. Alguns pontos de partida são a American Society of Dowsers e a British Society of Dowsers
Como não poderia deixar de ser, em função da variedade de objectos e formações que podem ser localizadas pela radioestesia, vários tipos de campos energéticos foram sugeridos como possíveis candidatos para explicar os fenómenos radioestésicos, entre eles: gravitacional,electromagnético, radioactivo, sísmico (o campo de tensões próximo a fracturas, fissuras e falhas), geotérmico ou geoquímico. A forma como a energia destes campos é captada pelo nosso sistema neuro-muscular, entretanto, não é detalhada.
Por outro lado a associação Dowsers Canada oferece uma explicação alternativa: a intuição. A técnica de radioestesia é então chamada de IT (Intuition Technology), ou tecnologia da intuição, provavelmente um trocadilho com o termo tecnologia da informação, muito empregado actualmente. De acordo com a Dowsers Canada, os seres humanos funcionam como um receptor de rádio, que pode ser sintonizado a uma chamada "Força para o Bem". Na radioestesia, então o praticante treina seu sistema muscular para funcionar como uma conexão entre a parte intuitiva de sua "equipe mente-cérebro" e uma ferramenta que indica a natureza da mensagem (como um amplificador ligado a um alto-falante). Como nossa "equipe mente-cérebro" é bastante poderosa, nós poderíamos programar os sinais resultantes. Por exemplo a "Força para o Bem" aparentemente usa um movimento circular no sentido horário (para um pêndulo) para sinalizar uma resposta positiva e um movimento anti-horário para uma resposta negativa. Através deste site, você pode comprar livros que detalham melhor a técnica, de autoria de John Living, indicado como um dos maiores especialistas mundiais no assunto.
Outro texto de John Living, disponível na Internet, ensina especificamente como localizar minas terrestres através da radioestesia. Neste caso, por se tratar de uma actividade perigosa, a correta atitude mental é bastante enfatizada. Assim, John Living diz "A intenção por trás de suas acções é crítica. Se sua intenção é ganhar dinheiro ou ser capaz de arar a terra de sua fazenda, então você está em busca de ganho pessoal, e, historicamente, Deus e os Anjos Guardiães não são a favor de que seus poderes sejam usados para ajudar objectivos egoístas." Antes de proceder, você deve perguntar a seu pêndulo se é seguro prosseguir, já que "seu Anjo Guardião pode saber que hoje pode ser um dia ruim... Você seria muito tolo de não seguir este conselho!" Mais para a frente, John Living ensina que, como diz um antigo ditado, similar atrai similar (?!) e portanto uma vantagem extra pode ser conseguida utilizando-se uma mina desarmada como o peso de seu pêndulo, de preferência com algum explosivo ainda em seu interior. As instruções do site são bastante detalhadas, chegando a ponto de frisar que a indicação de que uma mina foi encontrada deve ser feita quando "o pêndulo estiver sobre o item, e não quando VOCÊ estiver sobre o item - se fosse uma mina e você esperasse até estar sobre ela, ela teria explodido!"
Vários sites na Internet oferecem informações para aqueles que queiram se iniciar na radioestesia. Alguns pontos de partida são a American Society of Dowsers e a British Society of Dowsers
O que dizem os céticos
A explicação dada pelos cépticos para os fenómenos da radioestesia baseam-se no chamado efeito ideomotor, isto é, a "influência da sugestão na modificação e direcionamento do movimento muscular, independente de volição [vontade consciente]", identificado pelo psicólogo e fisiologista William B. Carpenter em 1852. Carpenter mostrou que vários fenómenos sobrenaturais possuíam uma prosaica explicação científica. Ele não negou a existência do fenómeno, nem a honestidade das pessoas envolvidas, mas apresentou uma explicação não paranormal para fenómenos como radioestesia, pêndulos e tábuas Ouija (mesa onde se pratica a "brincadeira" ou "jogo" do copo): minúsculos movimentos musculares inconscientes, produzidos por sugestão, eram responsáveis pelo movimento dos objectos envolvidos.
Apesar deste fenómeno ser conhecido e descrito ao longo de um século e meio, muitas pessoas, inclusive cientistas, o desconhecem. Apesar de ser o próprio operador que move as varinhas, pêndulos, etc, ele próprio não está consciente e atribui o fato a forças externas, radiações ou outras emanações. É interessante notar que mesmo estando consciente do efeito ideomotor, as pessoas ainda experimentam suas consequências, tendo em vista que ele é independente de vontade consciente.
Apesar deste fenómeno ser conhecido e descrito ao longo de um século e meio, muitas pessoas, inclusive cientistas, o desconhecem. Apesar de ser o próprio operador que move as varinhas, pêndulos, etc, ele próprio não está consciente e atribui o fato a forças externas, radiações ou outras emanações. É interessante notar que mesmo estando consciente do efeito ideomotor, as pessoas ainda experimentam suas consequências, tendo em vista que ele é independente de vontade consciente.
Enquanto W.B. Carpenter estudava o efeito ideomotor, Michael Faraday se dedicava ao estudo de uma de suas "aplicações" mais famosas. Faraday era um físico e químico inglês (1791-1867) mais conhecido por seus experimentos pioneiros em electricidade e magnetismo. Considerado por alguns o maior experimentador da história da ciência, criou dispositivos que viriam a dar origem ao motor eléctrico, ao gerador e ao transformador. Faraday se interessou por um fenómeno conhecido como table-turning, que era uma febre entre os parapsicólogos americanos e europeus na década de 1850. Neste fenómeno, um grupo de pessoas sentava-se a uma mesa com suas mãos apoiadas sobre ela e, após algum tempo de espera, a mesa inclinava-se sobre uma de suas pernas, chegando a mover-se pela sala ou até mesmo, segundo alguns relatos, a levitar. Este fenómeno é considerado o primeiro a atrair cientistas para a análise de manifestações supostamente paranormais. Faraday elegantemente provou que o movimento da mesa era o resultado de sutis forças aplicadas inconscientemente pelos participantes. Para isto, Faraday colocou uma pilha de folhas de papelão cobrindo o tampo da mesa, presas por elásticos que permitiam um pequeno movimento relativo entre elas. Os participantes colocavam suas mãos sobre a pilha de forma que a origem do movimento podia ser identificada pela forma como as folhas eram deslocadas. Por exemplo, se a mesa se movesse para a esquerda e o movimento realmente partisse da mesa, as folhas formariam uma "escada", subindo da esquerda para a direita, já que a folha em contacto com a mesa seria a primeira a se mover, seguida gradualmente pelas folhas seguintes até a folha de cima, que seria retardada pelo atrito com as mãos dos participantes. Na verdade, o que acontecia era exactamente o oposto, isto é, a folha de cima apresentava o maior deslocamento, indicando que o movimento partia dos participantes.
O professor emérito de psicologia da Universidade de Oregon, Ray Hyman, tem se dedicado ao estudo e ensino da psicologia da crença e auto-ilusão, além de conduzir estudos críticos detalhados sobre experimentos parapsicológicos. Ele realizou um experimento para ilustrar como funciona o efeito ideomotor, demonstrando como a sugestão associada ao efeito ideomotor podem levar as pessoas a realmente crerem que alguma força externa é responsável pelo movimento de varinhas de radioestesia. A um grupo de estudantes ele demonstrou o princípio de funcionamento das varinhas de radioestesia em L. Ele andou pela sala e fez com que as varinhas se cruzassem em um determinado ponto, ao se afastar deste ponto, fez as varinhas voltaram à posição original. Então ele falou para os estudantes que aquele era um ponto onde possivelmente se encontrava uma tubulação de água. Em seguida, ele pediu que cada estudante repetisse o experimento e quase todos experenciaram uma força desconhecida que fazia com que a varinha se cruzassem exactamente onde eles esperavam que isto ocorresse conforme sugestão de Hyman. O experimento foi repetido com outro grupo, mas Hyman fez com que as varinhas se cruzassem em outro ponto da sala, e novamente os estudantes relataram uma força externa que movia as varinhas no exacto ponto onde eles acreditavam que elas se cruzariam.
Aqueles que acreditam na radioestesia dirão que o efeito ideomotor pode não ser aleatório e a resposta associada a ele é fruto do ambiente, das radiações etc. O seguinte estudo mostra que este não é o caso. Em 1986, o governo alemão deu 250 mil dólares para os físicos da Universidade de Munique verificarem se a radioestesia era um fenómeno paranormal. Os pesquisadores planejaram um experimento cuidadoso a fim de averiguar a capacidade dos radioestesistas de encontrar tubulações de água dentro de um depósito nos arredores de Munique. Os 500 radioestesistas convidados passaram por um teste preliminar para seleccionar os 43 mais habilidosos. Para verificar a habilidade dos radioestesistas em encontrar água corrente, foi estabelecida no depósito uma linha de teste de 10 metros e no subsolo foi colocado um vagão que permitia mover ao longo da linha de teste uma tubulação conectada a uma bomba através de mangueiras. Os radioestesistas tinham que indicar onde se encontrava a tubulação e todos concordaram que esta era uma tarefa condizente com suas habilidades. O estudo também envolveu milhares de testes preliminares, cujo objectivo era eliminar os candidatos sem talento algum e ajustar as condições do experimento de forma a que cada radioestesista trabalhasse em condições de melhor resposta. Assim foram feitos testes com água corrente, parada, sem água, com água salgada ou água contendo areia ou cascalho, fluxo turbulento ou não, e cada radioestesista escolheu as condições que considerava ideais. Além disso, antes de cada experimento, os radioestesistas faziam uma varredura do depósito para verificar se havia alguma fonte de radiação que pudesse atrapalhar os testes; em caso positivo, o local era excluído como possível ponto para localização da tubulação. (Interessante notar que os locais das fontes de interferência eram diferentes de acordo com o radioestesista). Foram conduzidos um total de 843 testes durante dois anos e os dados obtidos mostraram resultados totalmente randômicos, ou seja, os radioestesistas estavam apenas adivinhando onde estava a tubulação. Apesar de alguns testes individuais apresentarem resultados acima do esperado para pura adivinhação, o radioestesista em questão não era capaz de repetir uma série tão boa. Eventos fora do comum são pouco prováveis, mas não são impossíveis, e a indicação de algo sobrenatural estaria no fato da pessoa repetir algumas séries com resultados extraordinários, o que não foi o caso.
As figuras abaixo mostram o que se esperaria de radioestesistas com uma boa habilidade (uma relação clara entre seus resultados e a localização dos alvos) e o resultados reais do teste (totalmente aleatórios).
O professor emérito de psicologia da Universidade de Oregon, Ray Hyman, tem se dedicado ao estudo e ensino da psicologia da crença e auto-ilusão, além de conduzir estudos críticos detalhados sobre experimentos parapsicológicos. Ele realizou um experimento para ilustrar como funciona o efeito ideomotor, demonstrando como a sugestão associada ao efeito ideomotor podem levar as pessoas a realmente crerem que alguma força externa é responsável pelo movimento de varinhas de radioestesia. A um grupo de estudantes ele demonstrou o princípio de funcionamento das varinhas de radioestesia em L. Ele andou pela sala e fez com que as varinhas se cruzassem em um determinado ponto, ao se afastar deste ponto, fez as varinhas voltaram à posição original. Então ele falou para os estudantes que aquele era um ponto onde possivelmente se encontrava uma tubulação de água. Em seguida, ele pediu que cada estudante repetisse o experimento e quase todos experenciaram uma força desconhecida que fazia com que a varinha se cruzassem exactamente onde eles esperavam que isto ocorresse conforme sugestão de Hyman. O experimento foi repetido com outro grupo, mas Hyman fez com que as varinhas se cruzassem em outro ponto da sala, e novamente os estudantes relataram uma força externa que movia as varinhas no exacto ponto onde eles acreditavam que elas se cruzariam.
Aqueles que acreditam na radioestesia dirão que o efeito ideomotor pode não ser aleatório e a resposta associada a ele é fruto do ambiente, das radiações etc. O seguinte estudo mostra que este não é o caso. Em 1986, o governo alemão deu 250 mil dólares para os físicos da Universidade de Munique verificarem se a radioestesia era um fenómeno paranormal. Os pesquisadores planejaram um experimento cuidadoso a fim de averiguar a capacidade dos radioestesistas de encontrar tubulações de água dentro de um depósito nos arredores de Munique. Os 500 radioestesistas convidados passaram por um teste preliminar para seleccionar os 43 mais habilidosos. Para verificar a habilidade dos radioestesistas em encontrar água corrente, foi estabelecida no depósito uma linha de teste de 10 metros e no subsolo foi colocado um vagão que permitia mover ao longo da linha de teste uma tubulação conectada a uma bomba através de mangueiras. Os radioestesistas tinham que indicar onde se encontrava a tubulação e todos concordaram que esta era uma tarefa condizente com suas habilidades. O estudo também envolveu milhares de testes preliminares, cujo objectivo era eliminar os candidatos sem talento algum e ajustar as condições do experimento de forma a que cada radioestesista trabalhasse em condições de melhor resposta. Assim foram feitos testes com água corrente, parada, sem água, com água salgada ou água contendo areia ou cascalho, fluxo turbulento ou não, e cada radioestesista escolheu as condições que considerava ideais. Além disso, antes de cada experimento, os radioestesistas faziam uma varredura do depósito para verificar se havia alguma fonte de radiação que pudesse atrapalhar os testes; em caso positivo, o local era excluído como possível ponto para localização da tubulação. (Interessante notar que os locais das fontes de interferência eram diferentes de acordo com o radioestesista). Foram conduzidos um total de 843 testes durante dois anos e os dados obtidos mostraram resultados totalmente randômicos, ou seja, os radioestesistas estavam apenas adivinhando onde estava a tubulação. Apesar de alguns testes individuais apresentarem resultados acima do esperado para pura adivinhação, o radioestesista em questão não era capaz de repetir uma série tão boa. Eventos fora do comum são pouco prováveis, mas não são impossíveis, e a indicação de algo sobrenatural estaria no fato da pessoa repetir algumas séries com resultados extraordinários, o que não foi o caso.
As figuras abaixo mostram o que se esperaria de radioestesistas com uma boa habilidade (uma relação clara entre seus resultados e a localização dos alvos) e o resultados reais do teste (totalmente aleatórios).
Conclusões
Apesar dos praticantes de radioestesia realmente acreditarem e sentirem que uma força desconhecida da ciência é responsável por mover as varinhas, pêndulos, etc, o fenómeno pode ser facilmente explicado através do efeito ideomotor, onde um movimento muscular inconsciente e quase indetectável é amplificado através de "ferramentas". Este efeito é conhecido e estudado há um século e meio, no entanto, por ser totalmente inconsciente, pode enganar mesmo as pessoas mais esclarecidas, que se apegam então a explicações paranormais.
Mesmo que se considere a possibilidade de algum outro efeito ainda desconhecido estar envolvido na radioestesia, cabe aos radiostesistas demonstrar convincentemente que sua técnica realmente funciona. Infelizmente, isto ainda não foi feito, apesar da longa história da radioestesia (uma boa revisão histórica pode ser encontrada aqui). Uma revisão abrangente dos estudos experimentais existentes até 1982 chegou à seguinte conclusão: "Apesar do grande número de investigações sobre a radioestesia, sua situação ainda é não é clara. Isto é principalmente resultado de procedimentos experimentais e/ou relatórios desleixados".
Mesmo que se considere a possibilidade de algum outro efeito ainda desconhecido estar envolvido na radioestesia, cabe aos radiostesistas demonstrar convincentemente que sua técnica realmente funciona. Infelizmente, isto ainda não foi feito, apesar da longa história da radioestesia (uma boa revisão histórica pode ser encontrada aqui). Uma revisão abrangente dos estudos experimentais existentes até 1982 chegou à seguinte conclusão: "Apesar do grande número de investigações sobre a radioestesia, sua situação ainda é não é clara. Isto é principalmente resultado de procedimentos experimentais e/ou relatórios desleixados".